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Mostrando postagens de setembro, 2007

A direita atuante: parlamentares protegem prática de trabalho escravo

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Não foi noticiada em nenhum dos grandes meios de comunicação do país a atuação dos senadores Romeu Tuma (DEM-SP), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Kátia Abreu (DEM-TO), Cícero Lucena (PSDB-PB) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) em impedir a prática de trabalho escravo na Fazenda Pagrisa, localizada em Ulianópolis (PA). No dia 30 de junho passado a agroempresa foi palco da maior libertação de trabalhadores da história do país. Ao todo, 1.064 empregados que trabalhavam na lavoura de cana-de-açúcar foram resgatados pelo grupo móvel de fiscalização - formado por auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), procuradores do Ministério Público do Trabalho e delegados e agentes da Polícia Federal. Esses senadores pretendem desqualificar a atuação dos órgãos públicos. A maior entusiasta entre eles é a senadora Kátia Abreu. Segundo a Agência Senado, Kátia Abreu afirmou que a empresa “é muito bem administrada e forma uma comunidade de trabalhadores rurais”. Com esse argumento a parlamentar pr

Golpismo acelerado

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Dois pesos, cinco medidas. À meia noite da quarta-feira passada uma notícia foi ao ar transmitida pela Rede Globo: “O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, denunciará o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) por ter recebido dinheiro repassado pela empresas do publicitário Marcos Valério (...) o senador, segundo o procurador, estaria envolvido com o ´suposto mensalão mineiro` quando foi candidato a governador em Minas nas eleições de 1998”. Pergunta-se: o que ocorreu não foi o mensalão do PSDB, que no referido pleito estava aliançado com o à época PFL, hoje DEM? Curioso, o caixa dois do PT é o “mensalão do PT” e o do PSDB é o “mineiro”. Mais: a notícia simplesmente desapareceu das telas e pouco figurou nos jornalões do país. E será muito difícil que a imprensa golpista de fato cubra esse episódio. Após adaptar o termo cunhado pelo ex-deputado federal Roberto Jéferson, e com ele fazer verdadeiros carnavais midiáticos contra o governo federal, sem que nada fosse comprovado so

"Cansei" à baiana; filhinhos-de-papai vão às ruas

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Foto: Iracema Chequer A lente da repórter-fotográfica Iracema Chequer captou uma manifestação do movimento Cansei à baiana. O fato ocorreu na última sexta-feira, dia 21/09, aqui em Salvador, quando alunos dos colégios particulares Marista, Antônio Vieira e Mendel foram às ruas protestar contra a “política”. De certo que existe muita coisa para protestar, mas o interessante é que quando se fala em manifestação contra a “política” soa como algo extremamente deslocado de qualquer contraponto crítico. Afinal de contas, qual o propósito? Se indignar contra a absolvição de Renan Calheiros? Se é, qual a argumentação? Será que aqueles adolescentes conhecem quem é Renan e qual o seu papel naquela emporcalhação do Senado? Parece que se tratou de uma manifestação do vazio, do discurso do nada, do oco dominante nas cabeças da geração pós-Xuxa. Quiçá incentivados pelos próprios empresários, donos das escolas onde estudam, esses meninos e meninas talvez não tenham construído o senso crítico necessá

A arte de encantar o incauto

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Com o título de “Conexão Bahia Século XXI”, o publicitário, compositor, dublê de apresentador, humorista e arquimilionário Nizan Guanaes conseguiu reunir ampla platéia no Teatro Castro Alves para falar coisas desconexas e receber aplausos. Interessante. Para o gênio da criação publicitária, a solução para os problemas sócio-econômicos do Estado está na reimplantação dos bondes em Salvador, concursos de recitagens de poesias de Castro Alves, apresentações de música clássica, estádio de futebol na orla de Água de Meninos, entre outras idéias “criativas”. Sugere o publicitário que Salvador se transforme até em “capital nacional de eventos”. E ele exemplifica: “Porque não trazer um congresso internacional de odontologia para cá? Nós somos a terra do sorriso”. Bom lembrar ao nosso gênio que os baianos riem mesmo, até da própria miséria, mas a maioria sem os dentes na boca. O “grande” evento, recheado de peças publicitárias, foi fechado com uma ode à Bahia e aos seus filhos ilustres, com dir

A inconveniência da conveniência

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"O voto secreto é um instrumento que deixa o parlamentar a sós com sua consciência em uma hora que é sublime, em que o voto é livre de quaisquer pressões, que podem ser familiares, do poder econômico, de expressão militar ou de setores do Executivo. Voto pela manutenção do voto secreto". A citação acima é do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) quando, em 13 de março de 2003, defendia posição contrária à do senador Tião Viana (PT-AC) que havia proposto, mediante emenda constitucional, votação aberta para processos de cassação no Senado. Mas é esse mesmo senador que agora argumenta a “imoralidade” da votação secreta. Hipocrisia com juros e dividendos. Como de resto, de toda grande imprensa golpista do país. A absolvição do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ocorrida na quarta-feira passada (12/09), rendeu inúmeras colunas e comentários dos não menos golpistas e oportunistas articulistas dessa mesma imprensa. E a culpa pelo resultado do julgamento recaiu sobre os seis votos de abs

DOCUMENTÁRIO: A VALE DO RIO DOCE

Assista aos três episódios sobre a Vale do Rio Doce e os argumentos que levam à necessidade de reestatização da empresa.

A Vale é nossa - Parte 1 de 3

A Vale é nossa - Parte 2 de 3

A Vale é nossa - Parte 3 de 3

A história de John e João; O sonho americano e o pesadelo brasileiro

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John Maguire era casado com Rebeca Wilson Maguire. Eles tinham um filho, o pequeno Ted, de quatro anos. John trabalhava como gerente numa loja Wall Smart da cidade de Pittsburgh, estado de Pensilvânia. Ele vendia material esportivo e suprimentos para caça e pesca. Rebeca era dona de casa e cuidava do Ted. O casal tinha um sonho: comprar uma bela casa, grande, com gramado e espaço para reunir os amigos no sábado. John procura então o gerente do banco do qual é cliente e contrai um financiamento de US$ 250 mil para adquirir o sonhado imóvel. O banco concede o empréstimo e hipoteca a recém-adquirida casa dos Maguires até que o casal pague o investimento. John e Rebeca, como típicos classe-média norte-americanos, terão que se esforçar para quitar as prestações da casa. No seu país não há programas de financiamentos públicos por parte do Estado para adquirir casa própria. Isso vem ocorrendo desde que um cara chamado Ronald Reagan assumiu a presidência por lá e começou a repassar apenas aos

Plebiscito pela devolução da Vale do Rio Doce ao povo brasileiro

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Movimentos sociais, pastorais e centrais sindicais estão organizando, a partir de hoje, 1º, a realização do plebiscito pela anulação do leilão da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). A campanha A Vale é Nossa quer ouvir respostas da população em consulta a ser realizada até o dia 7 de setembro. Pesquisa do Instituto GPP revelou que 50,3% dos brasileiros são a favor da retomada da Vale pelo governo brasileiro. De acordo com informações da CUT, são esperados mais de 12 milhões de votantes. A entrega da companhia estatal, fundada em 1942 com recursos públicos do povo brasileiro, ocorreu em 1997 durante o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. A veda da Vale se constituiu numa agressão ao país e à sua população. A Vale tinha patrimônio avaliado à época em US$ 100 bilhões e foi vendida por apenas US$ 3,3 bilhões. Hoje, a empresa é controlada pelo consórcio Valepar (que tem a presença do banco Bradesco) e pelos acionistas preferenciais (62% deles estrangeiros). O atual comando da Val

Imprensa e Justiça: coação ou convergência?

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A campanha às eleições de 2010 continua a pleno vapor com os mesmos arranjos de clichês e discursos que a de 2006. O sociólogo inglês e especialista em estudos de mídia John B. Thompson, no seu trabalho O Escândalo Político, Poder e Visibilidade na Era da Mídia , aponta os escândalos midiáticos como ferramentas que visam dar visibilidade a projetos político-eleitorais. Afirma Thompson: “A relação entre políticos e imprensa pode, ocasionalmente, ser próxima e harmoniosa, na medida em que eles tiverem ligados por formas de dependências recíprocas. Nesse sentido, é importante cultivar a mídia, ou mesmo tê-la à mão, dominado-a ou adquirindo-a”. No decorrer da semana passada, a grande mídia, em consonância política com o Supremo Tribunal Federal (STF), retomou o agendamento do chamado Mensalão. Já era previsto. Passada a febre do “Apagão aéreo”, que resultou na queda do ministro Waldir Pires e a sua substituição pelo turrão gaúcho Nelson Jobim, e a pífia iniciativa da campanha Cansei, a ar