A Petrobrás é a bola da vez



O alvo, novamente, é a Petrobrás. Os jornalões, revistonas e tevezonas do Brasil encontram um novo palco político para a agenda de 2010, voltar a desmoralizar a Petrobrás. A prática não vem de agora. A CPI aprovada pelo PSDB responde a um intento que contempla o programa político do PSDB-DEM (ex-PFL) cujo objetivo é a privatização da empresa. Em 1999, durante o segundo governo de Fernando Henrique Cardoso, foram substituídos seis diretores da Petrobrás no Conselho de Administração (CA) por seis conselheiros do setor privado, entre eles alguns representantes do sistema financeiro internacional, ficando o conselho com nove membros externos. Este novo conselho decidiu por uma economia forçada na empresa, cortando promoções e despesas menores. A intenção era tentar mostrar ao povo que a empresa estaria com dificuldades financeiras e não poderia conduzir novos projetos e investimentos. A vitória de Lula em 2002 estancou o avanço privatista à Petrobrás, que chegou a ter o nome mudado por Petrobrax durante a gestão tucana. Preparava-se a entrega da estatal aos investidores internacionais, os mesmos que puseram o dinheiro de milhares no cassino de Wall Street e quebraram o mundo. Atualmente o lobby no Senado é comandado por Arthur Virgílio (PSDB-AM), que representa tais setores. Vale lembrar que foi o governo FHC que conduziu a quebra do monopólio do petróleo. Na ocasião, informa o presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás, Fernando Siqueira, foram vendidas 36% das ações da estatal na Bolsa de Nova York por menos de 10% do seu valor real. Agora o sistema midiocrático brasileiro, em consonância com os setores liberais agressivos, volta à carga. A espetacularização da cultura noticiosa tem código definido. Escandaliza-se sobre empréstimos contraídos pela Petrobrás com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Empréstimos normais para uma empresa do porte da estatal. Aliás, uma escandalização que não ocorreu no episódio da privatização da Eletropaulo, por exemplo. A estatal paulista foi adquirida pela norte-americana AES, que na privatização adquiriu a Eletropaulo com dinheiro do BNDES, remeteu o lucro para o exterior e não pagou a dívida com o banco. Tudo isso ocorreu com o beneplácito do baronato midiocrático brasileiro, porta-vozes do consórcio PSDB-DEM (ex-PFL), que defende os interesses das megacorporações interessadas na privatização da Petrobrás.

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