O triste fim de FHC



Realmente, o efeito do discurso de Fernando Henrique Cardoso, publicado há alguns dias no jornal da família Mesquita, demonstrou seu "poder arrasador”. Esquecido no anonimato da política, o ex-presidente sociólogo quis mostrar as mangas e provocou um estrago no candidato a presidente do seu partido, o governador José Serra (PSDB-SP). De acordo com a pesquisa CNT Sensus, em setembro o presidenciável tucano tinha 39,5% e a ministra Dilma Roussef, candidata do PT, 19,0%; neste mês de outubro José Serra obteve 31,8% e Dilma Rousseff 21,7% das intenções de voto. Nesta última, Ciro Gomes (PSB-CE) também aparece com 17,5%. A diferença entre Serra e Dilma, que era de 20 pontos, caiu para 10. A campanha de Serra acendeu a luz amarela – quiçá a vermelha – e agora trata de esconder o contêiner que se transformou FHC para a propaganda do seu candidato, ou melhor, a anti-propaganda. A pesquisa indica que o “Príncipe de Sorbone” é quem tem tirado votos de Serra. De acordo com o presidente da CNT, Clésio Andrade, “a indicação do ex-presidente FHC não acrescenta votos para o candidato à presidência”. Os números são cruéis: 49,3% responderam que não votariam em um nome apoiado por FHC e apenas 3% votariam em um candidato do ex-presidente. A pesquisa aponta também que a aprovação do governo Lula estimula a intenção de votos num candidato apoiado pelo petista. Em uma das prospecções, foi identificado que para 76% dos entrevistados os sete anos do governo Lula são melhores que os oito anos da era FHC; 10% acreditam que Fernando Henrique foi melhor e 11,1% afirmaram que os dois governos são iguais. Diante desse quadro, Andrade acrescenta que "a avaliação do presidente Lula e de seu governo continua crescendo, resultado do bom desempenho econômico e dos programas sociais, percepção de que houve melhora da imagem do País interna e perante o mundo". É fato, Fernando Henrique Cardoso, com todos os seus títulos acadêmicos, tem se transformado num farrapo político. E quando busca espaço na mídia que tanto lhe agradou ainda consegue fazer gol contra. Triste fim do vendilhão do Estado.

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